Prêmio TopBlog Brasil 2013/4

Prêmio TopBlog Brasil 2013/4
Maria Lopes

05 outubro 2015

Mulheres poderosas e Grandes Seres

Edna Adan on the roof of Veletrzni palac Prague
Edna Adan Ismail nasceu no dia 8 de setembro de 1937, em Hargeisa capital da República autônoma da Somalilandia, na Somália. Filha de um famoso médico, Edna desde muito nova foi encorajada por seu pai à vida acadêmica, aprendendo a ler e a escrever – tal ato chocou a comunidade local que não via com bons olhos uma menina com instrução.
Quando Edna completou oito anos de idade, sua mãe decidiu que já era momento de submeter a filha à mutilação genital – pratica muito comum em países africanos e asiáticos que diminui o desejo sexual da mulher e torna a mulher “casável” aos olhos da comunidade. Edna começou seus estudos em casa, quando seu pai permitiu que ela estudasse com seus irmãos. Anos mais tarde, foi mandada para estudar em uma escola de meninas no Djibout. Como não havia Ensino Médio para meninas no país, Edna voltou para Hargeisa e trabalhou como tradutora para um medico britânico, onde descobriu o seu amor por medicina.
Em 1953, Edna com 15 anos começa a dar aula para uma recém inaugurada escola para meninas. De manhã e à tarde tinha aulas com um professor da escola de meninos, visto que não seria próprio uma menina senta- se com meninos em uma sala de aula. O governo do Reino Unido oferecia poucas bolsas de estudos para a população somali estudar e todos os anos meninos somalis iam para a Inglaterra estudar. Edna rompeu esse quadro, prestou os exames em uma sala especial (sem meninos) e logo se tornou a primeira menina a estudar na Inglaterra.
edna_graduating_nurses_21
Edna se tornou a primeira mulher qualificada a atuar como enfermeira e parteira na Somália e foi a primeira mulher a conseguir permissão para dirigir. Ela foi casada com Mohamed Haji Ibrahim Egal, politico somali com grande atuação no país – sendo Chefe de Governo na Somalilândia britânica, primeiro ministro da Somália e Presidente da Somalilândia.
Após alguns anos de casamento, Edna se divorcia e é recrutada para trabalhar na Organização Mundial da Saúde, onde juntou dinheiro para realizar o seu maior sonho – construir um hospital em seu país. Em meados de 1980, Edna iniciou a construção do  hospital na região de Mogadíscio, porém antes da conclusão das obras uma guerra civil começou e ela foi forçada a deixar o país.
7996492986_69afcefd8c_b
Trabalhou juntamente com a OMS em diversos países do mundo, porém seu cargo de maior importância foi como assessora da OMS no Djibout. Em 1997, apresentou sua demissão à organização e voltou para a Somalilândia e começou a reconstruir seu hospital. O Hospital Maternidade Edna Adan abriu oficialmente em 9 de Março de 2002, em um terreno doado pelo governo regional que anteriormente era utilizado como depósito de lixo. A região não possuía enfermeiros e nem pessoal treinado para trabalhar no hospital – pois a maioria tinha fugido do país ou foram mortos durante a guerra civil – Edna, então, recrutou mais de 30 candidatos e começou a treiná-los, enquanto o hospital ainda estava em construção. Vale ressaltar, que ela começou a recrutar mulheres, que passaram a ser as primeiras pedreiras da Somália.
Porém a construção de um hospital é muito custoso financeiramente, as economias de Edna acabaram antes que a construção estivesse concluída. Tentou financiamento com as Nações Unidas e outros organismos internacionais de ajuda humanitária, porém tais OIs não se mostraram simpáticos em investir dinheiro em ações em países desestruturados como é o caso da Somália. Após uma matéria escrita pelo jornalista Ian Fisher ao The New York Times sobre Edna e seu hospital, grupos e ONGs de diversos países começaram a enviar dinheiro para a finalização do hospital.  Após a construção do Hospital, Edna recebeu várias doações de equipamentos de países como Dinamarca e Alemanha e de diversas organizações como o ACNUR, UNAIDS, UNICEF e OMS. A missão do Hospital de Edna era ajudar a melhorar a saúde dos habitantes locais, em especial a alta taxa de mortalidade materna e infantil. Além do hospital, Edna criou dentro do hospital uma escola de formação de parteiras, enfermeiras e técnicas de laboratório. Desta forma, poderiam ajudar a melhorar as condições de saúde do país, oferecendo um serviço mais qualificado para a população local. Edna Adan Ismail era a única mulher ministra no governo Somalilandia até julho de 2006, quando foi substituído pelo então ministro das Relações Exteriores Abdillahi Mohamed Dualeh.
https://16minionuonumulheres2020.wordpress.com/2015/08/

Nenhum comentário:

Postar um comentário