15 de Outubro de 1844: Nasce o filósofo alemão Friedrich Nietzsche
Um dos filósofos emblemáticos dos finais século XIX, nasceu a 15 de outubro de 1844, em Röcken, e morreu a 25 de agosto de 1900, atacado pela demência, em Weimar. As suas reflexões caracterizam-se por uma violentacrítica aos valores da cultura ocidental.
Com efeito, para Nietzsche, a decadência do Ocidente começou quando o discurso filosófico, depois de Sócrates,veio afastar a síntese que se realizara na tragédia grega, substituindo a harmonia apolíneo/dionisíaco(representando a ambivalência da essência humana, dividida entre a desmesura passional e a medida racional)por um discurso das aparências, enganador e ilusório, que transforma a realidade autêntica em metáforas ocas.Esse processo de desvitalização encontrará o apogeu com a afirmação da moral judaico-cristã, «moral deescravos», reflexo de uma maquinação hipócrita de indivíduos débeis, ignóbeis e vis numa tentativa deenfraquecer e dominar pela astúcia os valorosos.
A crítica nietzschiana acaba mesmo por abranger os fundamentos da razão, considerando que o erro e o devaneioestão na base dos processos cognitivos e que a fé na ciência, como qualquer fé em verdades absolutas, nãopassa de uma quimera.
Não se limitando, porém, à denúncia de um estado de espírito dominado pela submissão a valores ancestrais,impotentes para criar algo de novo e propagando a obediência e a servidão como princípios supremos, aoproclamar a «morte de Deus» e a abolição de qualquer tutela, Nietzsche passa ao anúncio de uma nova eracentrada na exaltação da vontade de poder, apanágio do homem verdadeiramente livre, o super-homem, que nãoconhece outros ditames além dos que ele próprio fixa. No entanto, o super-homem não é unicamente dominadopelo egoísmo, cabendo-lhe dirigir a «massa», anónima e ignorante, para um estádio superior em que os valoresvitais, a alegria e a espontaneidade permitam a reafirmação do instinto criador da humanidade.
Pensador paradoxal, associa ao super-homem a consciência do eterno retorno, procurando, talvez, exprimir oaspeto cíclico dos movimentos históricos ou a impossibilidade de, alguma vez, ser atingido um grau supremo deperfeição no devir do Homem.
Expressando-se de forma aforística e mantendo todas as suas afirmações no limiar da inteligibilidade imediata,Nietzsche foi um filósofo ímpar, tão inovador como polémico: ao exaltar, em detrimento da razão, a faculdade davontade como núcleo da essência humana e verdadeiro motor do devir e colocando-se numa posição de profundoceticismo face aos fundamentos da ética e da moral, abalou profundamente os pilares do racionalismo, sendo porisso considerado como um dos «filósofos da suspeita» (ao lado de Marx e Freud), na esteira da «crise da razão»que marcou profundamente a filosofia no século XX.
Entre as suas obras são de destacar:
A Origem da Tragédia (1872), Humano, Demasiado Humano (1878), Aurora (1881), A Gaia Ciência (1882), AssimFalou Zaratustra (1883-85), Para além do Bem e do Mal (1886), A Vontade de Poder (1886, editado em 1906), AGenealogia da Moral (1887), Ecce Homo (1888), O Anticristo (1888).
Com efeito, para Nietzsche, a decadência do Ocidente começou quando o discurso filosófico, depois de Sócrates,veio afastar a síntese que se realizara na tragédia grega, substituindo a harmonia apolíneo/dionisíaco(representando a ambivalência da essência humana, dividida entre a desmesura passional e a medida racional)por um discurso das aparências, enganador e ilusório, que transforma a realidade autêntica em metáforas ocas.Esse processo de desvitalização encontrará o apogeu com a afirmação da moral judaico-cristã, «moral deescravos», reflexo de uma maquinação hipócrita de indivíduos débeis, ignóbeis e vis numa tentativa deenfraquecer e dominar pela astúcia os valorosos.
A crítica nietzschiana acaba mesmo por abranger os fundamentos da razão, considerando que o erro e o devaneioestão na base dos processos cognitivos e que a fé na ciência, como qualquer fé em verdades absolutas, nãopassa de uma quimera.
Não se limitando, porém, à denúncia de um estado de espírito dominado pela submissão a valores ancestrais,impotentes para criar algo de novo e propagando a obediência e a servidão como princípios supremos, aoproclamar a «morte de Deus» e a abolição de qualquer tutela, Nietzsche passa ao anúncio de uma nova eracentrada na exaltação da vontade de poder, apanágio do homem verdadeiramente livre, o super-homem, que nãoconhece outros ditames além dos que ele próprio fixa. No entanto, o super-homem não é unicamente dominadopelo egoísmo, cabendo-lhe dirigir a «massa», anónima e ignorante, para um estádio superior em que os valoresvitais, a alegria e a espontaneidade permitam a reafirmação do instinto criador da humanidade.
Pensador paradoxal, associa ao super-homem a consciência do eterno retorno, procurando, talvez, exprimir oaspeto cíclico dos movimentos históricos ou a impossibilidade de, alguma vez, ser atingido um grau supremo deperfeição no devir do Homem.
Expressando-se de forma aforística e mantendo todas as suas afirmações no limiar da inteligibilidade imediata,Nietzsche foi um filósofo ímpar, tão inovador como polémico: ao exaltar, em detrimento da razão, a faculdade davontade como núcleo da essência humana e verdadeiro motor do devir e colocando-se numa posição de profundoceticismo face aos fundamentos da ética e da moral, abalou profundamente os pilares do racionalismo, sendo porisso considerado como um dos «filósofos da suspeita» (ao lado de Marx e Freud), na esteira da «crise da razão»que marcou profundamente a filosofia no século XX.
Entre as suas obras são de destacar:
A Origem da Tragédia (1872), Humano, Demasiado Humano (1878), Aurora (1881), A Gaia Ciência (1882), AssimFalou Zaratustra (1883-85), Para além do Bem e do Mal (1886), A Vontade de Poder (1886, editado em 1906), AGenealogia da Moral (1887), Ecce Homo (1888), O Anticristo (1888).
Fontes:Friedrich Nietzsche. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
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Friedrich Nietzsche em 1861
Friedrich Nietzsche em 1882
http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2015/10/15-de-outubro-de-1844-nasce-o-filosofo.html
O filósofo é o homem de amanhã, aquele que recusa o ideal do dia, aquele que cultiva a utopia.
Friedrich Nietzsche
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