A Segunda Guerra Mundial foi certamente um dos marcos mais tristes da história da humanidade. Os conflitos que envolveram diversos países deixaram muitos mortos, feridos e destruição. As consequências aos envolvidos foram tão rígidas quanto as tragédias que se deram ao longo do desenvolvimento.
Se politica e economicamente já houve grande impacto (foi através da Segunda Guerra Mundial que os Estados Unidos iniciou o processo de tornar-se a grande potência do planeta, fato que se confirmou anos depois com o final da Guerra Fria), era de se esperar que outros setores sofressem impactos também. A moda, logicamente, não escapou desse processo.
Moda sofreu com racionamento durante a Segunda Guerra Mundial
Os traços femininos com glamour que vinham ganhando força na década de 1920 passaram a sofrer com a crise econômica de 1929 (inclusive com a grande quebra da Bolsa de Nova York). Os tecidos mais sofisticados precisaram ser substituídos por alternativas mais econômicas como o algodão, por exemplo.
A década de 1930 foi marcada pela tentativa de recuperação da moda, mas o grande conflito que se mostrava iminente e teve seu início oficial em 1939 rompeu totalmente com a tentativa de recuperação. A regra voltou a ser economizar a todo e qualquer custo. Os governos passaram a dar ordens expressas para o racionamento dos tecidos.
A escassez de material para a moda fez com que as mulheres sofressem bastante nos seus modelos. Elas passaram a reformular as próprias roupas recorrendo a materiais alternativos (como a fibra sintética, por exemplo), além de precisar aproveitar roupas dos próprios maridos nas novas confecções.
A alta-costura (modelos exclusivos e personalizados) tornou-se exclusividade dos frequentadores dos grandes eventos políticos. Mesmo assim, a moda fez o que dela se esperava dentro da Segunda Guerra Mundial: reinventou-se e sobreviveu.
Pós-Guerra também foi um desafio para a moda na Europa
O final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, agravou a situação da moda dentro do continente europeu. Com países destruídos financeiramente, era preciso fazer algo inédito para continuar a criar tendências mesmo na ausência de recursos.
Alemanha e Itália pareciam precisar de esforços em áreas bem mais importantes do que a moda, como educação e saúde. Ambos viviam um momento de caos que, em menor escala, também afetou os mais diversos países ao seu redor.
Por outro lado, países do lado vencedor saíram fortalecidos. Os Estados Unidos, principalmente, encontraram campo aberto para inovar. Foi assim que lançaram o biquíni (até então mulheres não usavam roupas tão curtas) e exportaram o conceito de produção em série das fábricas para o mundo do vestuário.
França e Inglaterra, países aliados dos norte-americanos, também tinham situação mais favorável do que os seus rivais de conflito. Todavia, não gozavam de estrutura financeira que permitisse extravagância. A necessidade de inovar com poucos recursos ainda era uma realidade mesmo para esses países.
Dior revoluciona a moda Pós-Guerra
Foi justamente na França que a moda começou a renascer no período pós-guerra. Se o biquíni chocou o mundo com a ousadia de ser lançado em 1946 (um ano após o término dos conflitos), coube ao estilista Christian Dior inovar a moda por completo em território Europeu no ano seguinte.
Dior ousou e, em meio a um cenário que ainda era de escassez e dificuldades financeiras, lançou novos modelos de roupas femininas. Saias rodadas e compridas (passaram a ser mais longas), uso de cintura fina e ombros arredondados foram algumas das principais características das suas peças.
O modelo surpreendeu o mundo da moda que não esperava nada parecido em uma situação crítica. As mulheres, principalmente pelo período em que suas roupas passaram a ter traços masculinos nas vestimentas, encantaram-se com as novas opções. A recuperação do lado feminino foi muito comemorado por elas.
Críticas também surgiram. Os seus vestidos, por exemplo, passaram a usar 25 metros de tecido, algo considerado como muito para o momento vivido. As críticas logo foram caladas e o estilo de Dior foi batizado de “New Look”. O sucesso foi tamanho que foi mantido nos anos seguintes, influenciando diretamente a moda da década de 1950.
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