Prêmio TopBlog Brasil 2013/4

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Maria Lopes

13 outubro 2018

Maria Lopes e Grandes Seres


 Maria Lopes e Grandes Seres 
Dom João VI, Príncipe-Regente de Portugal, rei do Reino Unido de Portugal, do Brasil e Algarves e, após 1825, rei de Portugal.
Era filho de D. Maria I, rainha de Portugal e do rei Dom Pedro III. Por motivos de doença da sua mãe foi nomeado Príncipe-Regente em 1792. Após o falecimento de D. Maria I em 1816 foi aclamado rei em 1818, no Brasil.
Durante seu reinado, a França invade Portugal, e a corte portuguesa se transfere para o Brasil. Ali, criaria instituições de governo, enfrentaria rebeliões e guerras, até voltar para Portugal em 1820.
Dom João VI
Retrato de El-Rei Dom João VI, Jean-Baptiste Debret

Nascimento e Formação

Nascido em 13 de maio de 1767, Dom João não estava destinado a ser o rei de Portugal e de suas colônias, pois o primogênito era o príncipe Dom José. No entanto, em 1788, seu irmão falece e ele passa a ser o herdeiro do trono.
A fim de continuar a política de paz entre a Espanha e Portugal, Dom João casou-se em 1785 com a infanta Carlota Joaquina, filha do rei da Espanha, Dom Carlos IV. O matrimônio não foi feliz, porém gerou nove filhos dos quais oito chegaram à idade adulta.
Conheça a vida da rainha D. Carlota Joaquina.

Príncipe-Regente

Foi nomeado Príncipe-Regente devido ao estado de saúde mental da rainha Dona Maria I. A soberana dava sinais de instabilidade mental desde a morte do esposo, em 1786. Então, uma junta médica, em 1792, a declarou mentalmente incapaz de seguir reinando. Desta maneira, Dom João assume a regência do Reino em 1799.

Contexto Histórico

Eram tempos de mudança para os reinos europeus. As ideias iluministas e liberais se espalhavam através dos livros e do exército de Napoleão. Isto significava a limitação do poder real mediante a Constituição que nem todos os monarcas aceitavam. Igualmente, o exército francês expandia as suas conquistas pelo continente africano e em seguida, pelo europeu.
Sem condições de enfrentar no campo de batalha seu maior inimigo, a Inglaterra, Bonaparte decreta o Bloqueio Continental em 1806. Os países europeus estavam proibidos de comercializar com o Reino Unido e aquele que o fizesse correria o risco de ser invadido pelas tropas napoleônicas. Portugal se nega a fazê-lo devido à histórica aliança política existente entre as duas nações.
Saiba mais sobre o Império Napoleônico.
Em 1807, por desobedecer às ordens de Napoleão, a Península Ibérica se veria envolvida nas guerras promovidas pelo general francês. Bonaparte negocia secretamente com o rei da Espanha, Carlos IV, o Tratado de Fontainebleau. Nele concordam que Portugal seria dividido entre franceses e espanhóis, e as tropas francesas poderiam passar pela a Espanha, rumo a Portugal.
A invasão francesa acontece em novembro daquele ano. Dom João precisa tomar a decisão entre ficar em Portugal e perder a coroa ou ir para alguma colônia dos seus domínios e manter-se no trono.

Dom João e a Partida para o Brasil

Depois de muita hesitação, pressionado pelos ingleses e pela própria corte portuguesa que se encontrava dividida em pró-franceses e pró-britânicos, Dom João decide transladar a corte portuguesa para o Rio de Janeiro.
Nas embarcações leva documentos, quadros, móveis, funcionários públicos e toda a administração do Reino.
Dom João na Igreja do Rosário
Dom João e dona Carlota Joaquina chegam à Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Rio de Janeiro.
Antes de desembarcar na capital do Brasil, Dom João aporta em Salvador da Bahia, antiga capital da colônia. Ali, institui a primeira Faculdade de Medicina do Brasil e decreta a Abertura dos Portos às Nações Amigas.
Na prática, este tratado põe fim à condição de colônia ao Brasil, pois até o momento, somente as embarcações portuguesas poderiam fazer o comércio com o Brasil.
Leia mais sobre o Período Joanino.

Guerras e Rebeliões

Durante o reinado de Dom João VI várias guerras e rebeliões são registradas.
A primeira delas, em represália à invasão de Portugal, foi a ocupação da Guiana Francesa por tropas portuguesas.
Também no plano interno, vários grupos discordam da política centralista de Dom João VI. A mais bem-sucedida foi a Revolução Pernambucana, em 1817, quando esta província conseguiu a independência por alguns meses.


Volta a Portugal

Com a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo, em 1815 e as decisões tomadas no Congresso de Viena, o perigo francês havia terminado. Assim, não havia mais justificativa para permanência da corte portuguesa no Brasil.
No entanto, Dom João VI adiava sua volta. Somente em 1820 quando estala a Revolta Liberal do Porto, o soberano se vê obrigado a retornar a Lisboa a fim de acalmar os ânimos e jurar a Constituição que havia sido escrita.
No entanto, deixa seu filho mais velho, Dom Pedro, como Príncipe-Regente do Brasil. Tal medida acabaria por criar um grupo que apoiaria a independência do Brasil pelas mãos de Dom Pedro.
Ao chegar a Portugal, Dom João VI se vê às voltas com oposição de sua esposa, Dona Carlota Joaquina e do filho, o príncipe Dom Miguel, em aceitar a nova Constituição. Ambos passam a tramar a deposição de Dom João VI com sucessivos levantes como a "Vilafrancada" e a "Abrilada". Dom Miguel seria exilado e Dona Carlota Joaquina confinada ao Palácio de Queluz.
A independência do Brasil seria reconhecida por Portugal somente em 1825 com ajuda da Inglaterra, após o pagamento de uma quantia em dinheiro. No ano seguinte, o rei Dom João VI falece, deixando em aberto a sucessão portuguesa. Essa indecisão levaria à guerracivil entre os irmãos Pedro e Miguel.
Pesquisas recentes mostram que Dom João VI foi envenenado com arsênico.

Curiosidades

  • Três filhos de Dom João VI e Dona Carlota Joaquina foram soberanos: Dom Pedro I, como imperador do Brasil e como Dom Pedro IV, rei de Portugal. Dom Miguel, também foi rei de Portugal de 1828 a 1834 quando foi derrotado numa guerra civil pelo seu irmão Pedro.
  • Dona Maria Izabel de Portugal seria rainha consorte da Espanha.
  • Igualmente, Dona Izabel Maria foi regente de Portugal durante quase dois anos, após a morte de D. João VI e tomada de poder por D. Miguel.

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