Prêmio TopBlog Brasil 2013/4

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Maria Lopes

20 janeiro 2016

"A obra de Adonias Filho, tem por personagens de ascendência africa e indígena" .

A vida

Adonias Aguiar Filho nasceu na Fazenda São João, em Itajuípe, Bahia, a 27 de novembro de 1915. Filho de Adonias Aguiar e de Rachel Bastos de Aguiar, Adonias Filho iniciou seus estudos na terra natal, tendo concluído o curso secundário no Ginásio Ipiranga, em Salvador, em 1934.
No mesmo ano, ingressou no curso superior de jornalismo na capital baiana.
Transferiu-se, em 1936, para o Rio de Janeiro, à época, capital Brasileira. Ali, sua atuação profissional – jornalista, crítico literário e escritor - foi potencializada e ganhou visibilidade nacional.
Adonias Filho faleceu em sua fazenda no distrito de Inema, em Ilhéus, em 2 de agosto de 1990.

O jornalista

No Rio de Janeiro, Adonias Filho ampliou sua carreira jornalística, colaborando no Correio da Manhã.
Colaborou também no Estado de S. Paulo e na Folha da Manhã, de São Paulo, e no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro.
Foi eleito vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (1966); membro do Conselho Federal de Cultura (1967, reconduzido em 1969, 1971 e 1973); presidente da Associação Brasileira de Imprensa (1972); e presidente do Conselho Federal de Cultura (1977-1990).

O crítico literário

Adonias Filho foi crítico literário dos Cadernos de Hora Presente, de São Paulo (1937); também de A Manhã (1944-1945); do Jornal de Letras (1955-1960); e do Diário de Notícias (1958-1960).
Foi nomeado diretor da Editora A Noite (1946-1950); diretor do Serviço Nacional de Teatro (1954); diretor da Biblioteca Nacional (1961-1971); respondeu também pela direção da Agência Nacional, do Ministério da Justiça.


O escritor literário

Originário da zona cacaueira do sul da Bahia, Adonias Filho retirou desse ambiente o material para a sua obra de ficção, a começar pelo seu romance de estréia, “Os servos da morte”, publicado em 1946.
Adonias Filho faz parte do grupo de escritores que, a partir de 1945 - terceira fase do Modernismo -, se inclinaram para um retorno a certas disciplinas formais, preocupados em realizar a sua obra, por um lado, mediante uma redução à pesquisa formal e de linguagem e, por outro, em ampliar sua significação do regional para o universal.
Foi eleito em 14 de janeiro de 1965 para a Cadeira n. 21 da Academia Brasileira de Letras. Sucedendo a Álvaro Moreyra, foi recebido em 28 de abril de 1965, pelo acadêmico Jorge Amado. Dias Gomes
Adonias Filho também produziu traduções literárias de obras de Willian Faulkner, Virginia Woolf e Graham Greene.
A obra adoniana é permeada por personagens de ascendência africana e indígena, refletindo o ambiente multicultural da região palco de suas ficções. Não raro, há descrições de homens que ostentam coragem e grandes vitórias em disputas por terras, de amores para com índias, de índios que conhecem a mata, de matas em nova disputa, de vidas bucólicas em torno do ouro (cacau), ali abundante.
A criação literária de Adonias Filho é marcada por belas pinturas mentais, típicas de sua forma de descrever paisagens cênicas, que servem de leito ao mundo trágico de seus personagens.
 

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